Foi
eleito, na última terça, em um conclave relativamente rápido, o novo papa,
Cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, que escolheu
como nome papal Franciscus (latim),
Francisco. Instantes após o anúncio, uma confusão ocorreu quanto o nome do
Papa. Foi divulgado, inicialmente, Francisco
I, quando o correto é Francisco.
Se tornará Francisco I caso haja um Francisco II.
O nome Francisco remete a São Franciso de Assis, que ficou conhecido por
deixar tudo que tinha para viver ao lado dos pobres.
O nome do Cardeal Jorge causou surpresa a todos, principalmente aos
“especialistas” e mostrou, mais uma vez que o conclave é movido à luz do
Espírito Santo.
Jorge Mario Bergoglio, filho de um casal italiano Mario
Bergoglio (trabalhador ferroviário) e Regina (dona de casa), nasceu em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936.
Fez graduação e mestrado em Química,
na Universidade de Buenos Aires. Foi o arcebispo da arquidiocese de Buenos Aires de 28
de fevereiro de 1998 até a sua
eleição.
O Cardeal Bergoglio é o primeiro Papa a ser
eleito sendo membro da Sociedade de Jesus (Jesuítas). É o primeiro Papa
Americano e o primeiro papa não europeu, em mais de 1.200 anos; o último
não-europeu a ser eleito foi São Gregório III, que nasceu na Síria e governou a
Igreja Católica entre 731-741.
É conhecido por sua postura à favor da
justiça social, tendo dito em 2007 que: "Vivemos na região mais desigual
do mundo, a que mais cresceu e a que menos reduziu a miséria. A distribuição
injusta de bens persiste, criando uma situação de pecado social que grita aos
céus e limita as possibilidades de vida mais plena para muitos de nossos
irmãos". Além disso, tal como São Francisco de Assis lavava os pés dos
leprosos, o Cardeal Bergoglio ganhou notoriedade em 2001 ao lavar o pé de 12
doentes de Aids em visita a um hospital.
Francisco é conhecido entre seus
compatriotas pela humildade e despojamento. De semblante calmo e muito
comunicativo, costumava ir as missas de metrô ou ônibus e frequentemente era
visto andando de bicicleta pelas ruas de Buenos Aires.
Quando foi nomeado cardeal, convenceu
centenas de argentinos a não viajarem para Roma. Em vez de irem ao Vaticano
celebrar a nomeação, pediu que dessem o dinheiro da viagem aos pobres. O mesmo
se repetiu agora, antes do conclave.
Seu jeito humilde ficou comprovado logo em
sua primeira aparição. Antes da tradicional benção Urbi et Orbi, o novo papa se inclinou e pediu ao povo que
orasse por ele. Também pediu que orassem pelo papa emérito Bento XIV.
Mas
o que esperar de Francisco?
Em
um mundo recheado de conflitos e turbulências, o primeiro desafio é dentro do
próprio Vaticano. O caso Vatileaks e
as recentes confusões no banco Vaticano causaram polêmica. O próprio Bento XIV
afirmou que a cúria estaria “dividida”. Muitos afirmam que a renúncia de
Ratzinger se deu por pressões internas.
Mas talvez o maior desafio do novo papa
seja retomar a credibilidade, não só do catolicismo, mas da fé, das religiões.
Em um mundo globalizado e ultra moderno,
o verdadeiro significado dos ensinamentos de Jesus está ficando de lado.
Padres pedófilos, pastores que só querem dinheiro, muçulmanos terroristas...
Tudo isso tem contribuído bastante para essa perda de credibilidade.
Francisco terá de reafirmar ao mundo o
maior de todos os mandamentos: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo
como a si mesmo. Mostrar que os mandamentos são bons para a humanidade, e não
limites autoritários. Acolher os que erram, mas também punir com rigidez. Buscar
o ecumenismo e retomar o diálogo com os países intolerantes ao cristianismo. E,
acima de tudo, recuperar a fé das pessoas nas palavras de Cristo. Renovar sem
deixar de lado as tradições da Igreja.
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