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sábado, 16 de março de 2013

Habemus Papam: Francisco e um grande desafio


Foi eleito, na última terça, em um conclave relativamente rápido, o novo papa, Cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, que escolheu como nome papal Franciscus (latim), Francisco. Instantes após o anúncio, uma confusão ocorreu quanto o nome do Papa. Foi divulgado, inicialmente, Francisco I, quando o correto é Francisco. Se tornará Francisco I caso haja um Francisco II.
O nome Francisco remete a São Franciso de Assis, que ficou conhecido por deixar tudo que tinha para viver ao lado dos pobres.
O nome do Cardeal Jorge causou surpresa a todos, principalmente aos “especialistas” e mostrou, mais uma vez que o conclave é movido à luz do Espírito Santo.
Jorge Mario Bergoglio, filho de um casal italiano Mario Bergoglio (trabalhador ferroviário) e Regina (dona de casa), nasceu em  Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936.
Fez graduação e mestrado em Química, na Universidade de Buenos Aires. Foi o arcebispo da arquidiocese de Buenos Aires de 28 de fevereiro de 1998 até a sua eleição.
O Cardeal Bergoglio é o primeiro Papa a ser eleito sendo membro da Sociedade de Jesus (Jesuítas). É o primeiro Papa Americano e o primeiro papa não europeu, em mais de 1.200 anos; o último não-europeu a ser eleito foi São Gregório III, que nasceu na Síria e governou a Igreja Católica entre 731-741.
É conhecido por sua postura à favor da justiça social, tendo dito em 2007 que: "Vivemos na região mais desigual do mundo, a que mais cresceu e a que menos reduziu a miséria. A distribuição injusta de bens persiste, criando uma situação de pecado social que grita aos céus e limita as possibilidades de vida mais plena para muitos de nossos irmãos". Além disso, tal como São Francisco de Assis lavava os pés dos leprosos, o Cardeal Bergoglio ganhou notoriedade em 2001 ao lavar o pé de 12 doentes de Aids em visita a um hospital.
Francisco é conhecido entre seus compatriotas pela humildade e despojamento. De semblante calmo e muito comunicativo, costumava ir as missas de metrô ou ônibus e frequentemente era visto andando de bicicleta pelas ruas de Buenos Aires.

Quando foi nomeado cardeal, convenceu centenas de argentinos a não viajarem para Roma. Em vez de irem ao Vaticano celebrar a nomeação, pediu que dessem o dinheiro da viagem aos pobres. O mesmo se repetiu agora, antes do conclave.
Seu jeito humilde ficou comprovado logo em sua primeira aparição. Antes da tradicional benção Urbi et Orbi, o novo papa se inclinou e pediu ao povo que orasse por ele. Também pediu que orassem pelo papa emérito Bento XIV.
Mas o que esperar de Francisco?
Em um mundo recheado de conflitos e turbulências, o primeiro desafio é dentro do próprio Vaticano. O caso Vatileaks e as recentes confusões no banco Vaticano causaram polêmica. O próprio Bento XIV afirmou que a cúria estaria “dividida”. Muitos afirmam que a renúncia de Ratzinger se deu por pressões internas.
Mas talvez o maior desafio do novo papa seja retomar a credibilidade, não só do catolicismo, mas da fé, das religiões.
Em um mundo globalizado e ultra moderno, o verdadeiro significado dos ensinamentos de Jesus está ficando de lado. Padres pedófilos, pastores que só querem dinheiro, muçulmanos terroristas... Tudo isso tem contribuído bastante para essa perda de credibilidade.
Francisco terá de reafirmar ao mundo o maior de todos os mandamentos: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Mostrar que os mandamentos são bons para a humanidade, e não limites autoritários. Acolher os que erram, mas também punir com rigidez. Buscar o ecumenismo e retomar o diálogo com os países intolerantes ao cristianismo. E, acima de tudo, recuperar a fé das pessoas nas palavras de Cristo. Renovar sem deixar de lado as tradições da Igreja.

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